Até há muito pouco tempo atrás eu achava que tinha de estar para os outros. E que todos tinham se estar para o outro. Pensar primeiro no outro e depois em mim. Qual acto de puro altruísmo.
Até porque a história reza e assim nos ensinam a ser. A dar. A não pedir (shiuuu que é feio!)…
Mas a verdade é que se não estamos para nós. Como podemos estar verdadeiramente para os outros?
Se não nos amamos. Não nos respeitamos. Não procuramos cuidar de nós. Que moral temos para amar, respeitar e cuidar dos outros?
Não consegues “viver” com a pessoa que és, vais conseguir viver com outros? Não faz sentido.
Aprendi a estar primeiro. Amo os meus filhos mas se eu não estiver bem sei que não vou estar bem com eles nem ser a melhor para eles.
A aprendizagem mais recente é que sim, também preciso dos outros. E de formas muito distintas.
Preciso dos filhos que me amam de forma incondicional e me vêem sempre perfeita.
Preciso do companheiro que me apoia e me permite enamorar.
Preciso dos amigos a quem conto tudo. Que estão lá para apoiar as lágrimas e celebrar nos sucessos.
Preciso dos amigos dos almoços e das tardes de gargalhadas.
Preciso dos colegas de trabalho com quem troco ideias.
Preciso dos desconhecidos com interesses comuns que puxam pela minha criatividade.
Cada relação. Cada pessoa tem um papel diferente. É importante saber distinguir estes papéis para não esperarmos tudo das poucas pessoas que nos são mais próximas. Porque simplesmente podem não conseguir responder às nossas necessidades.
Eu estou para os outros. E os outros estão para mim.