Como começar?

Muitos (alguns, vá!) me perguntam como fizemos para mudar… que é difícil… que utilizo coisas estranhas… que não é prático 🙄 Por isso hoje escrevo para todos os que têm essa vontade e não sabem como começar.

O post vai ser mais um resumo do que funcionou cá em casa e sem repetir o tema da “vontade” que já falei aqui. Esse é o principal ponto para arranque, mas a despensa alinhada é crítico para o sucesso e continuação.

Vou organizar a conversa em 2 blocos: o que fazer: 5 passos críticos. o que comprar: lista de 10 básicos para começar.

Os “meus” 5 passos para mudar:

  1. Querer mudar: este é o mais crítico de todos. E até podemos tentar puxar o barco sozinhos, mas se o companheiro/companheira não estiver para aí virado, ou for do “contra”, o entusiasmo inicial vai acabar por desaparecer…
  2. Limpar a despensa: de tudo o que é “belheque”. É pegar na embalagem de farinha branca de neve, no açúcar branco, nas massas e massinhas, no arroz, nas bolachas, biscoitos e afins que se encontrem em casa… chocolates, amendoins com mel 😅. Pão! Tudo num saco e lixo. Claro que podem doar e não deitar fora, o que interessa é que desapareça. Vamos encher com coisas das “boas”!
  3. Lista de refeições para uma ou duas semanas: este ponto é importante para ajudar a pensar em como nos vamos organizar. O que vai ser o pequeno almoço? “A Andrea faz umas cenas com bom aspecto, mas será que posso pôr na torradeira e ir tomar banho?” Podemos ter de optar entre acordar 15m mais cedo ou deixar qualquer coisa pronta de véspera. E na fase inicial temos de ser o mais realistas possível, ou acabamos a desistir a meio do caminho. É muito importante preverem os lanches e lanchinhos, que aconselho a levar de casa (para o trabalho, por exemplo). Sim, nas reuniões gerais todos me olham (ou olhavam :)) por estar agarrada à caixa com sopa ou ovo cozido. E perguntam todos os dias o que estou a comer. Mas de tanto despertar a curiosidade há os que comecem a pedir “conselhos” e os que “aconselhem” a criar um blog!
  4. Lista de compras: face ao ponto 3 é fazer uma lista de compras e encher a despensa. Vejam as dicas de organização que escrevi aqui e a proposta de lista que coloco abaixo.
  5. Definir um objectivo: a mim ajudou-me muito os desafios de 28 dias lançados pelo CPPP. Fiz todos os que até hoje lançaram, ao ponto de nos últimos concluir que para mim já não eram um desafio. Em resumo consistia em estar 28 dias sem comer açúcares ou adoçantes artificiais e farinhas refinadas. No final o grande ganho é mais saúde, mas todos precisamos de algo mais concreto, seja perder uns kg, o inchaço ou começar uma alimentação mais saudável para a introdução alimentar das pequenas crias.

Uma proposta de lista de 10 básicos:

  1. O primeiro ponto vai para os meus básicos preferidos! Sei que parece batota… mas é uma mais valia. No final temos 14! Relembro: ovo, bananas, sardinha em lata (ou atum), côco ralado, presunto.
  2. Fruta e legumes da época. É verdade que isto engloba todo o mercado de Campo de Ourique :), mas é para não nos esquecermos que estes são importantes e devem estar no top prioridade.
  3. Massas de arroz integral, espelta integral ou trigo sarraceno. Exemplo abaixo de algumas marcas que encontro nos biológicos e mesmo no continente. Opto por ter umas espirais e um esparguete para os dias em que a big M me pede “massinhas daquelas assim banquinhas” (não branquinhas mas banquinhas 😅).
  4. Flocos de aveia. Em floco usamos para papas, bolos, panquecas. Em qualquer robot de cozinha transformamos em farinha. Quase todas as receitas podem ser feitas usando aveia. O sabor e consistência do produto final não ficam exactamente iguais mas, na minha opinião, fica óptimo de qualquer forma.
  5. Óleo de côco. Deve ser prensado a frio. Uso para cozinhar, para pôr no café e até como creme hidratante! Muito versátil. Não deixa aquele cheiro a fritos do azeite. Para quem não gosta do sabor há opções no mercado que não têm sabor. Junto uma foto abaixo.
  6. Tâmaras e/ou pasta de tâmaras. As Medjool para comer são um óptimo snack! Grávida comia uma por dia. Matava a vontade de doce. Em pasta fica mais barato para usar como adoçante natural. Muitas das minhas receitas têm banana ou pasta de tâmara. Tento fugir do açúcar.
  7. Mas se tiver de ser que seja Açúcar de côco. Mas se tiveram de usar escolham o de côco. Apesar de continuar a ser um açúcar, ao contrário do branco que é vazio de nutrientes, o açúcar de côco sofre um processamento mínimo e ainda tem a vantagem de ter um menor impacto na carga glicémica.
  8. Frutos secos. Não passo sem eles. São um óptimo snack para um ratito de fome a meio do dia. Ricos em gorduras das boas. Claro que se devem comer com parcimónia e não são todos iguais. Cá em casa não passamos sem nozes, amêndoas e cajus. Todos sempre ao natural. Essa é a base para fazer n coisas. (nota importante: amendoim não é fruto seco, é leguminosa!)
  9. Farinhas integrais: opto por espelta e centeio. Nunca uso trigo. Sei que há estudos para isto e para aquilo, não sou conhecedora o suficiente para argumentar mas cortámos por completo o trigo. E não tem nada a ver com o tema do glúten, porque estas farinhas têm glúten.
  10. Proteína: seja vegetal ou animal. No ponto 1 estão englobados exemplos, mas coloco este ponto porque devem fazer parte das nossas refeições. Por experiência própria uma refeição que é apenas uma sopa não enche as medidas para nos aguentar. Nem à noite. Faltam sempre a proteína. O mesmo me acontece quando de manhã como apenas hidratos (como papas de aveia ou panquecas…) fico com fome muito mais cedo. Apostem em ter sempre uns hambúrguers e uns bifes que desenrascam qualquer refeição. Isso e cozinhar em forno quantidades grandes e congelar o que sobra para uma refeição.

Boas compras e boas mudanças!

4 Replies to “Como começar?”

  1. […] o que estamos a viver cá em casa, foi exactamente este tema porque, aproveitado o “Como começar?”, para quem tem bebés pequenos e anda nas voltas da introdução alimentar, ou mesmo mais […]

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  2. […] que completem a leitura com estes 2 posts que coloquei em tempos, sobre como mudar e os meus básicos […]

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  3. […] O primeiro passo é fazer uma avaliação de tudo o que têm em casa e não dariam ao vosso bebé. Salvo raras exceções é colocar no lixo. 😉 Vejam o que escrevi aqui. […]

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