As compras certas: pequenas dicas para aprender a ler os rótulos 

Eu também era (como quase todos) aquela pessoa para quem ler um rótulo passava por avaliar as calorias e a distribuição entre gorduras e açúcares. Isso era o que interessava: quantas calorias qualquer coisa tinha por 100gr ou por porção…

Mas mais importante do que avaliar a composição nutricional de um alimento (leia-se alimento que de alguma forma foi processado, porque nas maçãs e alfaces não o fazemos) é perceber a sua lista de ingredientes.

Se ao início parece estranho e nos esquecemos disso, com o tempo é tão natural como ver o preço por kg/lt de um determinado produto. Este último aprendi há muitos anos com a minha mãe. Porque quem o faz apanha as falsas promoções que tantas vezes aparecem.

Mas voltando ao que interessa: eu passei a ser a pessoa que passa uns 15 minutos a ler todos os rótulos das embalagens de presunto caso não encontre a marca que já conheço, para perceber a sua composição, decidir se compro ou não e qual a melhor opção (quando há mais do que uma). E agora estão a pensar: tens mesmo muito tempo livre para isso… Não, não tenho! Mas a verdade é que quando percebemos como alguns alimentos são compostos (como escrevi aqui sobre o fiambre) vamos estar muito mais preocupados em não comprar apenas pelos lindos olhos da embalagem ou preço. Primeiro vamos ver o que é mesmo aquilo.

As regras não são assim tão complicadas e, com rotina, passa a ser um exercício natural e que em muito contribui para melhorar a nossa alimentação:

  1. A lista de ingredientes está sempre ordenada do que tem o maior peso na composição do alimento, para o menor e devemos evitar tudo o que tenha em primeiro lugar gorduras, açúcares, sal… Em que se traduz? Por exemplo, uma granola (como a quem o continente achou que era mesmo bom oferecer-me esta semana) em que o segundo ou terceiro ingrediente é açúcar de cana não é uma boa opção… ainda menos se este se repetir umas 10 vezes na lista total.
  2. Menos é mais. Quanto menos ingredientes tiver um alimento mais autêntico é. A dita granola volta a ser exemplo disso: tem um comboio de ingredientes que nunca mais acaba… comboio esse que não cresce pela variedade de cereais ou sementes, mas por outras coisas que cabem na regra 3.
  3. Conseguir perceber o que é. Quando a lista tem nomes de coisas que não sabemos o que são, é porque terá muitos ingredientes processados ou aditivos ou o que for que não tem interesse do ponto de vista nutricional.
  4. Evitar mesmo tudo o que tenha Es (E1 corantes, E2 conservantes, E3 antioxidantes), açúcar e as suas diversas formas de adoçar não naturalmente (ex.: sumo de uva, geleias, xaropes, frutoses e outras oses, maltitol, e outros itol), gorduras hidrogenadas, parcialmente modificaras ou refinaras e cereais refinados. Muitos destes “a evitar” cabem na regra 3 porque são nomes de açucares, por exemplo, que desconhecemos e nem sabíamos que o eram

Claro que ver a tabela nutricional também é importante, mas eu já nem ligo muito a isso confesso. Seguindo as regras acima reduzimos em tanto as possibilidades que, mesmo sobrando coisas que possam ter, por exemplo, açúcar a mais (ainda que naturalmente presente), serão sempre uma melhor opção. E para dar um passo de cada vez, este é dos mais importantes.

Desafio: gostava que todos os que “me lêem” tentassem passar a fazer este exercício. Contem depois como correu. Vão à despensa e apreciem algumas das embalagens em que hoje acreditam.

Saber o que está dentro de um pacote ajuda, e muito, a perceber as escolhas que hoje fazemos e que por vezes até achamos boas, e a mudar para melhor.

Coloco as fotografias da dita granola para verem como na embalagem só falam no rico em fibra e ainda “sem corantes nem conservantes” 🙄 e depois tem uma lista imensa de ingredientes. Deixo o desafio para quem conseguir explicar tudo o que a compõe! Só eu contei 17x açucares, mas podem haver alguns que eu não sei que o são.

Junto alguns alimentos que consumimos cá em casa e que são bem simples na sua composição, ainda que eu reconheça que alguns produtos podiam ser melhor.

Apesar da preferência dever ser em salmão selvagem, do melhor que se encontra sem ser nos super-mercados bio:

Se a farinha destas bolachas fosse integral era TOP. Não é mas se comparada com as que por aí andam (doces) é uma riqueza. E não comemos todos os dias:

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Sardinhas: dos melhores pitéus para pequeno almoço ou snack!

E o meu querido presunto. Marca De Parma. Comparem com os que têm em casa de outras marcas:

One Reply to “As compras certas: pequenas dicas para aprender a ler os rótulos ”

  1. Maria diz:

    O salmão à venda no Aldi também é bom, se não estou em erro só salmão, sal e fumo. E a um preço convidativo para 200g de produto (4,99€). Pena não ser selvagem. Selvagem há no Continente, comprei uma vez mas basicamente só os miúdos comeram, é caro e pouco, para uma família grande não dá.
    Quanto à granola, ainda me lembro do tempo em que comia Clusters, sabia tãooo bem (mas os ingredientes são uma caca).
    E sim, tenho dias de andar “horas” a ler rótulos, em especial se nos apetecer algo fora do habitual e mais processado.

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