Estava convencida que tinha vindo ao mundo para ter meninas.
Se a primeira era muito ansiada como menina (por mais que pudesse dizer venha com saúde… sim havia uma preferência!), a 2ª era ansiada por menina pela poupança na roupa (que era muita!) que poderia passar da irmã. Tudo seria mais fácil de gerir.
Este menino de sua Mãe não chegou a ser negociado. Apareceu. Criou tensão. Fez duvidar da capacidade que teríamos para mais um bebé numa altura em que a mais nova nos “sugava” toda a energia e não nós deixava dormir…
Se para mim estava claro que teria três filhos. Para a outra metade isso ainda seria um tema para conversar. Mas não houve tempo para grandes conversas antes. Quando chegou o momento de falar estava feito.
Foi mágico contar às irmãs, que pediam muito um mano. Foi mágico saber que era um menino. Foi mágico contar aos avós. E homenagear os avôs com o nome igual ao seu.
Foi difícil gerir a relação com o trabalho e partilhar esta notícia. Talvez porque infelizmente ainda somos olhadas de lado muitas vezes. E aquilo que deveria ser um momento de partilha de felicidade é uma “chatice” para as organizações.
Passámos muitas horas sozinhos a limpar séries no Netflix. Pesava-me na bexiga e não me dava espaço para grandes passeios. Passei a dormir quase sentada. Cheguei quase às 40 semanas.
E dei-me um parto com emoção (como dizia uma amiga próxima). Deixo-me jantar com as manas e a seguir pôs-se a trabalhar para vir conhecer esta família.
É um misto das duas. Olhos da mais velha, expressões da mais nova. É o mais carinhoso dos 3. Também faz uma boa “birra”, mas está quase sempre bem disposto. Canta por tudo e por nada. Corre de braços abertos para nós.
E fala. Só se fala. A primeira palavra foi rua.
O menino de sua mãe faz hoje 2 anos.