Acho que isto foi o que a baby M, na sua sapiência dentro da minha barriga, pensou.
Há um ano atrás, no dia 10 de dezembro, depois de alguns dias incomodada e de uma noite mal passada, resolvi ir ali ao hospital (literalmente porque moramos à porta de um!) ver se estava tudo bem com a baby M.
34 semanas. Compras de Natal por fazer. Trabalho por passar aos colegas. Roupas para lavar e arrumar para o bebé. Algum (muito!) cansaço acumulado…
Fui e lá fiquei a passar o fim de semana. Foi uma espécie de fim de semana fora, sem crianças, mas também SPA. Com TV o dia todo, mas se passeios ao ar livre. Felizmente foi um susto que me obrigou a uma paragem rápida e a muito descanso (nem imaginava que podia dormir tanta sesta!). Paragem rápida, mas demorada. Não, ela não nasceu nessa semana. Nem no Natal. Nem foi bebé do ano. Aguentou estoicamente até ser expulsa depois das 40 semanas! Apesar das apostas que as senhoras do consultório do meu obstetra fizeram todas as terças e quintas feiras durante 6 semanas!
OK.
Fora a parte de me lembrar deste dia importante, escrevo sobre pela memória de como se come “menos bem” nos hospitais. A minha experiência é no privado mas não deixa de ser assim em todos (peço desculpa por qualquer lapso. Felizmente temos pouca experiência). Não faço ideia se existem recomendações, nem se as seguem, porque não as conheço. Mas fora almoços e jantares, que são bem deslavados e com ar de “dieta”, mas que serviam em certa medida (pelo menos havia sempre uma alternativa). O pior era o pequeno almoço (só podia!), os lanches e a ceia…
Eu já andava a pensar o que queria que o meu marido me levasse para o hospital quando a baby M nascesse, mas tivemos de antecipar o plano.
Passou a fazer parte da minha mesa de cabeceira: ovos cozidos, frutos secos, água de côco, bananas, barras raw (de tâmara com frutos secos), pão caseiro e queijo de cabra.
A senhora que geria os “pedidos” vinha à noite perguntar o que queria para o dia seguinte. Para o pequeno almoço acabava sempre por escolher um qualquer tipo de pão, queijo e chá. O chá bebia, o resto ia acumulando. Elas olhavam para mim de lado. Cheguei a pensar que iam queixar-se da grávida que não comia :). O lanche repetia a dose. A ceia, famosa por ter bolacha Maria ou de água e sal, mesmo quando insistia em que só queria o chá, deixavam as bolachas. E elas acumulavam.
Não passei fome. Comi bastante bem mas com os lanches feitos em casa e que todos os dias eram repostos.
6 semanas depois repetimos o esquema. Mas desta vez já eu ia preparada quando entrei no hospital. E, apesar das recomendações legitimas para não comer porque poderia ter fazer uma cesariana blá blá blá, tomei um grande pequeno almoço e fiz um reforço ao final da manhã. Porque da big M fiquei sem comer quase 24horas. E quando veio, veio um chá com bolacha Maria! :):)
Desta não tive fome 😉