Nunca em tempo algum achei que fosse passar tanto tempo em casa como na atual situação.
A nossa casa deixou de ser o local para onde voltamos, o “porto seguro”, para ser o centro de tudo. Pelo menos no meu caso tem sido assim.
Escritório, ginásio, local de descontração, palco de brincadeiras, cozinha que serve refeições de família e que serve de restaurante/cantina durante a semana…
E neste contexto saber separar as zonas onde se passa cada momento do dia, onde representamos diferentes papéis, é crucial para a nossa sanidade mental.
Somos dois em teletrabalho, mas optámos por não partilhar open space. Eu fiquei com a sala. Ele ficou no quarto. Corajoso, porque eu não conseguiria trabalhar onde durmo. Iria estar deitada e constantemente a tentar resolver os temas que não ficaram fechados durante o dia. 🙂
Outro grande desafio reside no balanço entre arrumar tudo ao final do dia para que não se espalhe a bagunça e ao mesmo tempo relaxar quando as crianças viram tudo de pernas para o ar.
Vou acreditar que aquele ar arranjadinho volta um dia, quando as crianças crescerem.
Até lá é deixá-las estar e semi-cerrar os olhos: imaginar tudo arrumado mesmo que não esteja!